segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Descomplica e desapega

Fui presenteada com uma cabeça que pensa muito, um coração que sente demais e uma incapacidade nata de organizar pensamentos e emoções (além de organizar meu quarto). Tudo que vivo é arquivado carinhosamente: as felizes guardo pra poder sorrir depois e as tristes pra me fazer crescer. Mas elas se misturam e todas as minhas lembranças reivindicam sua maioridade pra serem independentes e tomarem o rumo que quiserem.  A mim cabe o esforço diário de conviver com minha luz e minha escuridão e o esforço incansável de manter a claridade sempre maior que o breu.

Eu sou do time que acha que todo dia é um ano novo, daquelas que mantém o discurso que cada novo amanhecer reserva a oportunidade de fazer e ser diferente - apesar de volta e meia falhar nisso e esquecer dessa premissa depois do primeiro problema do dia. Mesmo procurando colocar essa filosofia em prática, as datas simbólicas parecem um botão de reiniciar no meu sistema. Com o aniversário dia 20 de dezembro e o Ano Novo 11 dias depois, o último mês do ano vira a oportunidade master de desligar e ligar de novo, pra ver se a vida flui melhor e trava menos.

Eu podia e até pensei em elencar vários pontos que pretendo mudar, reinventar, melhorar, deletar. Mas bem, tenho tantos objetivos acumulados dos outros anos (aqueles que a gente não realiza e empurra pro ano seguinte: sim, faço parte dos 80% da população que não cumpre o que promete a si mesmo.) que dessa vez eu tentei sintetizar o que eu preciso pra ser (mais) feliz:

- DESCOMPLICAR: não, a vida não é linda sempre. E 2015 me ensinou que absolutamente TUDO pode ficar mais fácil ou menos difícil se a gente fizer um esforço. E o maior esforço pra descomplicar consiste em perceber e aceitar (e se conformar também) que a vida é feita de escolhas. Cada escolha, uma consequência. Daí eu digo que existem surpresas inevitáveis no meio do caminho, acontecimentos que passam bem longe da nossa capacidade de controlar a própria vida. Se você não pôde escolher o que aconteceu, você pode escolher o que fazer com o que aconteceu. E isso também tem suas consequências. Escolher é plantar, consequência é colher.

- DESAPEGAR: o desapego material, ao meu ver, é o menor dos desapegos. O  x da questão é se desapegar de uma lembrança, de um sentimento, de uma pessoa. Desapegar é como deletar aqueles arquivos do seu computador que só servem pra travar a máquina. Desapegar é liberar espaço na alma, na mente e no coração pra novas experiências, novas pessoas, novas escolhas. Desapegar é abrir a mala pesada e entulhada, deixar ela mais vaga, mais leve pra poder seguir viagem.

Descomplicar aquelas situações que são por si mesmas difíceis e embaraçosas, desapegar de lembranças que só trazem sofrimento, deixar ir quem não quer ficar, compreender que tudo pode se transformar em algo bom.. Se a gente descomplicar e desapegar do muito que se pensa e que se sente, a bagagem vai ficar mais leve. Qualquer sofrimento vai ser breve... Se a gente descomplicar e desapegar, o ruim vai virar crescimento e o bom vira motivo pra seguir em frente. Descomplica e desapega, que a vida se colore e se alegra!

 Que 2016 seja um poema lindo!

Itarema, Ce. 
Praia de Almofala, Ce 
Praia de Almofala, Ce - barraca da gringa: a melhor! 
Lagoinha, Ce 

Eu terminei 2015 e comecei 2016 desapegando do receio de ir à praia e deitar na rede e levando as consequências dessas escolhas com sorriso no rosto. 


Beijos pessu! 

2 comentários:

  1. Adorei, ainda preciso desapegar de algumas coisas, vamos ver se esse ano dá certo hihihi. Bjs Lali

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  2. Adorei, ainda preciso desapegar de algumas coisas, vamos ver se esse ano dá certo hihihi. Bjs Lali

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